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Inflação: custo da cesta básica sobe nas capitais e compromete ao menos 40% do salário mínimo

  • Foto do escritor: Fabiane Peixoto
    Fabiane Peixoto
  • 7 de fev.
  • 3 min de leitura

Alta é registrada em 13 das 17 cidades analisadas; remuneração mínima ideal deveria ser de R$ 7.156, segundo o especialista em economia Guilherme Geronymo da Agência Brasil.


A cesta básica mais onerosa foi encontrada em São Paulo, onde os produtos que a compõem totalizam R$ 851,82 – Tânia Rego/Agência Brasil.


Uma pesquisa de preços dos principais itens de consumo nas capitais do país constatou um aumento no valor da cesta básica em janeiro deste ano em 13 das 17 cidades avaliadas.


O maior reajuste ocorreu em Salvador (6,22%), seguido por Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%). Já as quatro capitais onde houve redução no custo total dos produtos foram Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e Florianópolis (-0,09%). O levantamento – conduzido desde 2005 – foi realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).


A cesta básica de maior valor foi verificada em São Paulo, onde os alimentos atingiram o preço de R$ 851,82, correspondendo a 60% do salário mínimo vigente (R$ 1.518).


Em janeiro, conforme o estudo do Dieese, o salário mínimo necessário para garantir o sustento de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.156,15.


Um levantamento divulgado em dezembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a renda média do trabalhador brasileiro foi de R$ 3.279,00 em outubro de 2024, dado mais recente disponível.


Comparação


De acordo com o Dieese, essa comparação é possível "tendo como base a cesta básica mais dispendiosa, que, em janeiro, foi a de São Paulo, e considerando a previsão constitucional que determina que o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir os gastos de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência".


Em janeiro de 2024, o salário mínimo deveria ter sido de R$ 6.723,41, o que equivale a 4,76 vezes o valor atual. A inflação acumulada nos últimos 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 4,8%, percentual próximo ao aumento identificado.


As cidades do Sul e Sudeste estão entre as que registraram os custos mais elevados. Em Florianópolis, o valor médio da cesta básica ficou em R$ 808,75; no Rio de Janeiro, R$ 802,88; e, em Porto Alegre, R$ 770,63.


Preços


Curitiba (R$ 743,69), Vitória (R$ 735,31) e Belo Horizonte (R$ 717,51) também apresentaram valores expressivos, mas foram ultrapassadas por Campo Grande (R$ 764,24), Goiânia (R$ 756,92) e Brasília (R$ 756,03). As capitais das regiões Norte e Nordeste pesquisadas registraram valores inferiores à metade do salário mínimo. Em Fortaleza, a cesta básica custou, em média, R$ 700,44; em Belém, R$ 697,81; em Natal, R$ 634,11; em Salvador, R$ 620,23; em João Pessoa, R$ 618,64; no Recife, R$ 598,72; e em Aracaju, R$ 571,43.


A análise do Dieese atribui o aumento da cesta básica à variação de três produtos principais: o café em pó, cujo preço subiu em todas as cidades ao longo dos últimos 12 meses; o tomate, que encareceu em cinco cidades e barateou em outras 12, mas apresentou alta superior a 40% em Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro devido às chuvas; e o pão francês, que teve elevação de preço em 16 capitais pesquisadas no último ano, reflexo da menor oferta de trigo nacional e da necessidade crescente de importação em um cenário de câmbio desvalorizado.


O reajuste poderia ter sido ainda mais expressivo, mas foi atenuado por produtos como a batata, que apresentou redução de preço em todas as capitais ao longo do último ano; o leite integral, que, apesar de aumentos ao longo do período, registrou queda em 12 cidades em dezembro; e o arroz agulhinha e o feijão preto, que vêm ficando mais baratos nos últimos meses devido ao crescimento da oferta.

 
 
 

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